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Coronavírus: o que é a dexametasona e por que não pode ser tomada sem indicação médica
17 de Junho de 2020
BBC
Nesta terça (16), um grupo de pesquisadores da Universidade Oxford, no Reino Unido, anunciou que, segundo um estudo realizado por eles, o corticoide dexametasona reduziu a mortalidade de pacientes de covid-19 em ventilação mecânica.
A notícia trouxe esperança, mas é preciso esclarecer desde cedo: automedicar-se é perigoso e, no caso da dexametasona e a doença causada pelo coronavírus, o uso do remédio sem acompanhamento médico e sem necessidade ou indicação pode acabar fazendo o contrário do que se deseja: dificultar o combate do vírus pelo corpo. Também pode causar outros efeitos colaterais. A droga só pode ser usada com acompanhamento médico.
O anúncio dos pesquisadores não coloca o remédio como uma cura para a covid-19, mas como um medicamento positivo para pacientes com indicação para utilizá-lo, dentro de tratamentos hospitalares para casos graves e moderados.
Isso porque o medicamento não ataca diretamente o vírus, mas sim pode ajudar a controlar a forte reação inflamatória causada pela covid-19 em pacientes que estão em situação mais grave.
A covid-19 já matou quase 450 mil pessoas no mundo inteiro, e não há tratamentos ou vacinas aprovadas contra ela.
A pesquisa
Por meio de uma nota de duas páginas apresentada à imprensa - e ainda sem divulgação de dados completos ou avaliação de pares -, os pesquisadores de Oxford anunciaram que a dexametasona aumentou a sobrevida de pacientes de covid-19 que estavam hospitalizados.
No teste realizado pelos pesquisadores, 2.104 pessoas receberam doses de 6 mg do medicamento uma vez por dia durante 10 dias, enquanto 4.321 não tomaram a droga, e foram tratadas apenas com o cuidado habitual. Trata-se de um estudo clínico randomizado, metodologia das melhores para estudos científicos.
O resultado, segundo os cientistas, mostrou que as taxas de mortalidade dos pacientes graves e submetidos à ventilação mecânica que tomaram o medicamento foram reduzidas em um terço. A mortalidade dos que não estavam em respiradores, mas recebiam oxigêncio suplementar foi reduzida em um quinto. Por fim, não houve benefícios para pacientes que não precisavam de ajuda para respirar.
O ensaio faz parte do estudo clínico randômico Recovery, que investiga seis potenciais tratamentos contra a covid em mais de 11 mil pacientes.
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