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O que vem depois? Respostas e lacunas sobre a Covid longa, que afeta até 20% dos que foram infectados pelo coronavírus
29 de Agosto de 2022
Biblioteca Virtual em Saúde
Desde sua primeira infecção, a Covid se impôs como desafio monumental para a ciência, que concentrou esforços globalmente para investigar desde a transmissão até as formas de tratamento. O desenvolvimento de uma vacina pareceu trazer alívio à rotina extenuante nos centros de pesquisa, até que múltiplas sequelas começaram a ser relatadas por pacientes de todo o mundo. Enquanto a maioria das pessoas que foram infectadas pelo coronavírus se recupera completamente, outra parte continua a sofrer com efeitos de longo prazo em vários órgãos — pulmão, coração, sistema nervoso.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 10% e 20% das pessoas que tiveram Covid desenvolvem alguma complicação prolongada. Agora, pesquisadores se debruçam sobre esses mais de 200 sintomas, agrupados genericamente pelo termo Covid longa. Se ainda existem muitas lacunas a serem preenchidas, principalmente sobre o mecanismo causador dessas sequelas, também há conclusões que já ajudam na assistência aos que, por meses, procuraram serviços de saúde em busca de um diagnóstico. Radis conversou com três pesquisadores brasileiros envolvidos diretamente nessa investigação, para contar o que se sabe.
“Covid longa é um termo cunhado por pacientes para se referir a uma gama de sintomas experimentados por aqueles que tiveram covid-19 depois de se recuperarem dos estágios iniciais da infecção”, resume Margareth Portela, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) que integra a equipe do Observatório Covid-19 Fiocruz.
“São manifestações múltiplas, sistêmicas, que afetam diferentes órgãos, algumas muito graves, sobre as quais ainda não se tem conhecimento suficiente”, acrescenta ela, que participa da busca internacional por respostas coordenando um estudo sobre efeitos da Covid longa em sobreviventes de hospitalização por Covid no SUS.
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