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Estudo encontra relação de bactérias do intestino e o câncer colorretal
02 de Abril de 2019
VEJA
Uma equipe de cientistas internacionais, incluindo brasileiros, descobriu que pacientes com câncer colorretal apresentam micro-organismos diferentes no intestino. De acordo com a equipe, essa diferença está relacionada à quantidade aumentada de algumas bactérias intestinais. O estudo, publicado nesta segunda-feira na Nature Medicine, aponta que essas alterações começam antes do diagnóstico de câncer – sendo, portanto, uma possível causa para a doença. Os pesquisadores acreditam que esta nova descoberta vai facilitar o diagnóstico precoce e auxiliar no tratamento já que a neoplasia tem altos índices de cura quando identificada cedo.
“Essa informação também pode ajudar na prevenção, pois a quantidade de micro-organismos intestinais pode ser regulada através da dieta”, explicou Emmanuel Dias Neto, do Centro Internacional de Pesquisas (Cipe), no A. C. Camargo Cancer Center. O especialista ainda destacou que uma alimentaçãorica em gordura pode contribuir negativamente para o quadro, promovendo o aumento no número de bactérias prejudiciais.
O câncer colorretal é o terceiro mais comum no mundo, incluindo no Brasil. Além disso, ele é o segundo tipo de tumor letal com maior incidência nas mulheres e o terceiro entre os homens. Felizmente, quando diagnosticado precocemente, a chance de cura chega a 95%.
O estudo
Para chegar a esta conclusão, a equipe internacional – formada por pesquisadores da Universidade de Trento, na Itália, em parceria com o A.C. Camargo Center e a Universidade de São Paulo (USP), no Brasil – analisaram o material genético de amostras extraídas das fezes de 969 pessoas de vários nacionalidades (Alemanha, França, Itália, China, Japão, Canadá e Estados Unidos). Para fins de comparação, as amostras foram coletadas de indivíduos com e sem câncer.
A análise mostrou a existência de 16 micro-organismos associados ao câncer colorretal. Para os pesquisadores, a presença aumentada dessas bactérias no intestino pode contribuir para o surgimento da doença. Essa relação pode ser explicada através da colina – um nutriente presente em alimentos de origem animal, como carne e ovos. Segundo os cientistas, essas bactérias transformam a colina em uma substância potencialmente perigosa que já foi anteriormente associada à doenças cardiovasculares.
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