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Internações por doença respiratória no Brasil crescem quase 20% em meio a Covid não diagnosticada

01 de Junho de 2022



R7

A poucas semanas do inverno em boa parte do Brasil, época de maior disseminação de vírus respiratórios, o país enfrenta uma temporada de casos leves de Covid-19 não diagnosticados, seja por sintomas que passam despercebidos pelos próprios pacientes, seja pela falta de testagem nos serviços de saúde. Entretanto, na outra ponta, pessoas com a doença mais vulneráveis, mesmo vacinadas, estão sendo mais hospitalizadas.

Dados oficiais mostram uma alta de 73% na média móvel diária de novos casos em 31 de maio (26 mil) na comparação com o início do mês.

Ainda assim, o patamar é considerado "irreal" pelo vice-presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e chefe da infectologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Botucatu, Alexandre Naime Barbosa.

"A gente suspeita que menos de 50% dos casos sintomáticos estejam sendo testados."

O mais recente boletim InfoGripe, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), divulgado nesta quarta-feira (1º), aponta uma estimativa de 7.200 internações por Srag (síndrome respiratória aguda grave) em todo o país entre 22 e 28 de maio — eram 6.100 na semana anterior (alta de 18%). Desse total, 59,6% estão associados à Covid-19.

Para o coordenador do InfoGripe, o pesquisador Marcelo Gomes, vivemos "um cenário em que corremos um risco muito grande de ter um inverno, de novo, com valores significativos de internações". O InfoGripe compila dados sobre doenças respiratórias no país.

Ele faz uma comparação com dezembro de 2021 e janeiro deste ano, quando a entrada da variante Ômicron do coronavírus no país, associada a um relaxamento das medidas de proteção, provocou uma elevação do número de novos casos, embora sem reflexo nas internações.

"Foi o grande teste de fogo da vacina. Naquele momento, o público de idade mais avançada tinha a dose de reforço em dia. O restante da população, não. Só que para os jovens adultos a segunda dose era relativamente recente. Agora não é. Tirando o grupo dos idosos, a adesão à dose de reforço está muito baixa. Aí é um risco. Podemos ter um inverno diferente, a população de modo geral não abraçou a vacinação por diversos motivos", explica Gomes.

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