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Velocidade com que o vírus sofre mutações torna incerta imunidade de rebanho contra a Covid-19

09 de Março de 2022


R7

Quando a pandemia se instalou e deixou o mundo em alerta de emergência, muito se falou sobre a possibilidade de uma imunidade de rebanho contra o Sars-CoV-2, isto é, uma defesa natural conquistada por meio da exposição em massa da população ao vírus.

Naquela época, quando ainda não se sabia da possibilidade de reinfecção pelo coronavírus, a OMS (Organização Mundial da Saúde) já se posicionava como forte opositora a essa ideia que passou a ser debatida em diversos países, inclusive no Brasil.

No ano passado, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigou a conduta do governo federal no combate à pandemia ouviu médicos, em grande parte contrários ao isolamento social, que defenderam a imunidade de rebanho. Entre eles estavam alguns dos profissionais apontados como integrantes de um “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

A certa altura, também foi discutida a hipótese de que uma imunidade coletiva seria alcançada quando, no mínimo, 70% da população estivesse vacinada contra a Covid-19. Atualmente, a vacinação no Brasil já ultrapassou esse percentual e avança com a aplicação da dose de reforço, mas, apesar da queda considerável do número de óbitos e internações, a imunidade de rebanho não foi alcançada, segundo especialistas ouvidas pelo R7.

O consenso é que a rapidez com que o Sars-CoV-2 sofre mutações impede até mesmo uma perspectiva em que a imunidade coletiva seja possível. Desse modo, a discussão muda de foco: de quando ela ocorrerá para se essa possibilidade pode ser aplicada ao cenário.

Mônica Levi, diretora da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), explica que, na prática, uma imunidade coletiva ocorre quando o vírus para de infectar pessoas e, consequentemente, de circular pela comunidade.

“Essa imunidade nós já vimos acontecer com o sarampo, vírus que já teve ausência de circulação no Brasil, e com a rubéola. É possível interromper essa circulação por meio da vacinação em larga escala, mas o que acontece de diferente com a Covid, que nos deixa com uma grande dificuldade de previsão, é a ocorrência de novas variantes e a possibilidade de transmissão do vírus por vacinados”, destaca Mônica.

Vale dizer que, apesar de eficazes para prevenir internações e mortes pela doença, as vacinas em aplicação contra a Covid-19 não são esterilizantes, o que significa que não impedem que vacinados transmitam o vírus.

Para ler a matéria na íntegra clique aqui.


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