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Ômicron faz média de mortes por Covid subir 566% no Brasil

03 de Fevereiro de 2022



R7

Apesar de considerada menos letal, a variante Ômicron do coronavírus fez a média móvel de mortes pela doença aumentar 566% no último mês, saltando de 98 para 650 óbitos diários nesta quarta-feira (2).

Mesmo com mais de 70% da população brasileira já imunizada com duas doses ou a vacina de aplicação única, a alta transmissibilidade da cepa tem aumentado as internações em leitos de enfermaria e UTI, enquanto gestores de saúde informam que a maioria dos quadros graves está concentrada em idosos, pessoas com comorbidades e em não vacinados.

"A subida foi bem lenta na primeira [onda], rápida na segunda e meteórica com a Ômicron", explica Luiz Carlos Zamarco, secretário adjunto de Saúde de São Paulo. "A partir daí, a curva de internações e infecções se estabilizou, com casos de menor complexidade, o que facilitou o giro de leitos", diz.

"Hoje temos [o entendimento] de maneira clara que podemos estar muito próximos do chamado platô, para que entre 15 e 20 de fevereiro haja estabilidade", afirma o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido.

Segundo ele, um terço dos óbitos pelo coronavírus é de pessoas que não completaram o esquema vacinal. O restante, ele atribui a pacientes com alguma comorbidade grave cujo quadro é agravado pela Covid.

Esse é o mesmo perfil dos óbitos que têm impulsionado a média móvel da Bahia. Nesta quarta, o estado registrou 45 mortes por Covid, o maior total diário desde 7 de agosto – e a média móvel de casos ativos e novas notificações gira em torno de 30 mil, o maior patamar de toda a pandemia.

"Temos mais casos, porém um quarto dos óbitos de março do ano passado", observa Izabel Marcílio, coordenadora de Operações de Emergência.

O cenário se repete no Distrito Federal, onde a letalidade é menor, mas a alta nas transmissões tem pressionado as unidades de atendimento primário e desfalcado equipes médicas. "Essa característica avassaladora de transmissibilidade é sem precedentes", diz Fernando Erick Damasceno, secretário adjunto de Saúde.

Dos 40 óbitos deste ano, Damasceno afirma que 34 foram de pessoas que não completaram o esquema vacinal.

Em Mato Grosso do Sul, a onda de transmissão tem forçado o estado a abrir novos leitos para dar conta da demanda. Cerca de 30% dos profissionais da saúde se infectaram com a nova variante. "Para um estado pequeno como o nosso, isso é muito", diz Geraldo Resende, secretário estadual de Saúde.

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