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Ministério da Saúde muda orientação e limita vacinação de adolescentes aos que têm comorbidade

18 de Setembro de 2021



G1

O Ministério da Saúde provocou surpresa, nesta quinta-feira (16), ao mudar a orientação sobre a imunização de adolescentes contra a Covid. A orientação do Ministério da Saúde saiu na quarta-feira (15) à noite. A nota técnica, assinada pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid, diz que o ministério revisou a recomendação para imunização contra Covid em adolescentes de 12 a 17 anos, e restringiu o seu emprego somente aos adolescentes de 12 a 17 anos que apresentem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade. E que a Organização Mundial de Saúde não recomenda a imunização de criança e adolescente, com ou sem comorbidades.

Mas, no site da OMS, a informação é outra. A organização recomenda que a vacina seja aplicada em adolescentes entre 12 e 15 anos quando a cobertura vacinal total estiver alta nos grupos prioritários.

Em junho, a Anvisa autorizou a imunização de adolescentes, a partir de 12 anos, com a Pfizer. Segundo a agência, a ampliação foi aprovada após a apresentação de estudos desenvolvidos pelo laboratório que indicaram a segurança e eficácia da vacina para este grupo. Os estudos foram desenvolvidos fora do Brasil e avaliados pela Anvisa. Esta orientação da agência ainda está em vigor.

No dia 2 de setembro, o próprio Ministério da Saúde recomendou o início da imunização de adolescentes, com ou sem deficiência permanente, comorbidade e os privados de liberdade, a partir de 15 de setembro de 2021.

O recuo de agora do Ministério da Saúde contraria a orientação da Anvisa, provocou críticas da comunidade científica, pegou governadores e prefeitos de surpresa e deixou pais inseguros. O ministro da Saúde convocou uma entrevista para tentar explicar a orientação.

Até esta quinta-feira (16) no Brasil, 3,5 milhões de adolescentes já receberam a primeira dose da vacina. O ministro disse que a decisão de recuar foi tomada porque 1,5 mil apresentaram algum efeito adverso. 

É uma porcentagem ínfima. Apenas 0,042% de eventos adversos. Segundo o ministério, entre estes eventos adversos, 1,3 mil adolescentes aparecem como erro de imunização, ou seja, não tomaram a vacina da marca certa, e 114 reações como febre e dor de cabeça. O ministro citou a morte de uma adolescente em São Paulo que havia tomado a vacina, mas que ainda não foi estabelecida se há relação entre a morte e a vacina.

Horas depois, a Anvisa divulgou uma nota em que diverge da orientação do ministério. A agência afirma que está investigando a morte de uma adolescente de 16 anos que tomou vacina contra a Covid. Mas até agora, diz a nota, “não há relação causal definida entre o caso e a administração da vacina da Pfizer”.

A Anvisa diz ainda que, até o momento, não existem evidências para contraindicar o uso da vacina da Pfizer na população entre 12 e 17 anos e que os benefícios da vacinação excedem significativamente os seus potenciais riscos.

Para ler a matéria na íntegra, clique aqui.


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