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Biossensor brasileiro avisa se alimentos estão contaminados por bactérias como a salmonella

21 de Janeiro de 2019


G1

Todos os anos, 10% da população do planeta contrai algum tipo de doença transmitida por alimentos contaminados - desde infecções gastrointestinais até meningite, informa a Organização Mundial da Saúde (OMS).

As mortes por essas doenças chegam a 420 mil anualmente, sendo crianças menores de cinco anos um terço das vítimas fatais. A maioria dessas enfermidades é causada por bactérias como Salmonella spp., Escherichia coli e Staphylococcus aureus.

Pensando nisso, um grupo de pesquisadores brasileiros desenvolveu um biossensor que usa nanopartículas magnéticas e uma substância extraída do veneno do ferrão de abelhas para detectar contaminação em comidas e bebidas de forma muito mais rápida e eficiente que os métodos tradicionais.

Segundo o físico Osvaldo Novais de Oliveira Junior, do Instituto de Física da USP de São Carlos, coordenador da equipe que desenvolveu o dispositivo, uma das maiores dificuldade para evitar as DTAs (sigla para doenças transmitidas por alimentos) é detectar bactérias no estágio inicial da contaminação, ou seja, quando o número delas ainda é muito pequeno.

Isso tem que ser feito por meio de análises no microscópio para visualizar os agrupamentos, e pode demorar muito (até 72 horas), principalmente se a contaminação estiver no começo.

"Há outros métodos, como o ELISA (na sigla em inglês de 'Enzyme Linked Immunosorbent Assay') e PCR ('Polymerase Chain Reaction'), que podem fornecer respostas mais rápidas", diz Oliveira, que desenvolveu o biossensor em conjunto com pesquisadores Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Embrapa Instrumentação, da mesma cidade.

"O problema é que eles requerem equipamentos sofisticados e de alto custo e pessoal especializado para as análises."

Por isso, desenvolver novas metodologias para detectar contaminação de alimentos por micro-organismos tem sido o objetivo de muitos grupos de pesquisa da redor do mundo. "A nossa intenção era criar algo para isso que fosse rápido, de baixo custo e, ainda assim, eficiente", explica Oliveira.

"Nossa metodologia resolve o problema de detecção da contaminação inicial com uma estratégia de pré-concentração das bactérias na amostra."

De acordo com ele, o sensor propriamente dito é bastante simples. Ele contém eletrodos de prata, depositados sobre filmes de um plástico, o poli (tereftalato de etileno) – ou PET –, com uma técnica de serigrafia. A tinta do metal é espalhada sobre o polímero usando uma máquina produzida no Brasil com uma tela de poliéster.

 

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