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Câncer de pênis atingiu mais de 10 mil brasileiros nos últimos 5 anos

22 de Fevereiro de 2021



Correio Braziliense

Considerado raro em países desenvolvidos, o câncer de pênis ainda afeta milhares de homens no Brasil. Embora evitável, a doença atingiu, pelo menos, 10.265 brasileiros entre os anos de 2016 e 2020. São casos que, além de deixar sequelas físicas e psíquicas às vezes irreparáveis, colocaram o país entre as cinco nações com os maiores números de ocorrências, junto com Quênia, Uganda, Egito e Índia.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), mesmo que menos frequente que outros tumores, como o de próstata, o câncer de pênis representa cerca de 2% de todos os casos de neoplasias malignas diagnosticadas entre homens no Brasil, sendo mais frequentes nas regiões Norte e Nordeste – principalmente entre pessoas de menor grau de instrução e renda.

Conforme o Ministério da Saúde, a proporção de internações se manteve relativamente estável ao longo dos últimos anos: foram 1.961 em 2016; 2.017 (2017); 2.142 (2018); 2.194 (2019) e 1.951 no ano passado. Entre 2014 e 2018, as mais altas taxas de mortalidade por câncer de pênis foram verificadas em três estados da região Nordeste: Maranhão, Piauí e Sergipe; e em dois da região Norte: Pará e Tocantins. No ano passado, esses cinco estados, além de 370 cidades de todo o país, foram incluídos em um projeto-piloto que o ministério criou para qualificar o cuidado com a saúde masculina e tentar reduzir a incidência de câncer de pênis. A pasta destinou R$ 20 milhões ao projeto, ainda em fase experimental.

Higiene íntima

De acordo com o urologista Felipe de Paula, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) de São Paulo, muitos dos casos da doença poderiam ser evitados apenas com cuidados básicos com a higiene íntima, já que o descuido com a limpeza do órgão sexual masculino é identificada como o principal fator de risco.

"É preciso higienizar muito bem o pênis, mas não só sua parte exterior. É necessário expor a glande, ou seja, a cabeça do pênis; colocá-la para fora do prepúcio [camada de pele retrátil que cobre a extremidade do órgão] e lavá-la bem", orienta o urologista, destacando que a presença de fimose pode aumentar o risco de surgimento de lesões e dificultar a lavagem adequada da glande (que deve ser feita apenas com água e sabonete ou sabão), aumentando o risco de surgimento de um tumor.

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