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Dia do Idoso: veja dicas para exercitar o cérebro na quarentena

28 de Setembro de 2020



Correio Braziliense
 
A população de idosos têm crescido no Brasil e no mundo, e conforme esse grupo ganha mais espaço na sociedade as estratégias e condutas que as pessoas idosas devem tomar para ter mais qualidade de vida ganham mais importância. Um desses cuidados é o de garantir um bom funcionamento do cérebro, protegendo a memória, raciocínio e outras funções.
 
Para chamar atenção para essa mudança nas sociedades e seus desafios, foi criado, pelo Senado Federal, o Dia Nacional do Idoso, comemorado em 27 de setembro. A Organização das Nações Unidas (ONU) também aprovou, em 1990, a criação do Dia Internacional do Idoso, celebrado no dia 1 de outubro.
No Brasil, por exemplo, é esperado que os idosos sejam quase 30% da população até 2050, e que a partir de 2030 o País tenha mais pessoas acima de 60 anos do que pessoas entre 0 e 14 anos. A expectativa de vida atual, que ainda deve crescer, é de 79,7 anos.
 
Além de alguns cuidados e mudanças no cotidiano conforme envelhecemos, a população idosa se deparou com um novo problema em 2020: a pandemia do novo coronavírus. Por fazerem parte do grupo de risco para a doença, os idosos precisam ter cuidados redobrados, junto com a necessidade de praticar o isolamento social.
Thais Bento Lima da Silva, professora do curso de gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH - USP), afirma que esse cenário levou a impactos na rotina dos idosos, que também influenciam o bem-estar psicológico desse grupo, demandando uma ressignificação de suas rotinas.
"Muitos eram frequentadores de centros de convivência, atividades culturais, programas com vínculos estabelecidos, que foram afetados pelo distanciamento social. Isso implica em mudanças na rotina, nos objetivos, e até de significado de vida", comenta Thais. A consequência, assim, é o surgimento de pensamentos mais ansiosos, estresse e sintomas da depressão.
 
Outro problema é que, dentro de casa, as atividades que podem ser feitas são limitadas, em especial para aqueles com difícil acesso à internet ou falta de conhecimentos para navegar na rede. Esse cenário acaba sendo propício, também, para uma rotina mais parada, que gera menos estímulos para o cérebro e leva a efeitos no órgão e em suas funções.
"A pandemia Afetou a qualidade de sono pois a rotina é mais ociosa, o idoso fica mais tenso, mais preocupado, fica difícil relaxar, pensar em coisas positivas, e ele deita com essa agitação, inquietação", complementa a professora. Mas como lidar com esse cenário?
 

A importância dos exercícios cognitivos

Os exercícios cognitivos recebem esse nome pois trabalham com atividades de estímulo para o cérebro. Tânia Ramos, gestora do Programa AtivaIdade, que reúne diversos exercícios de estimulação cognitiva para pessoas com mais de 60 anos, observa que existem "dezenas de atividades, e a maioria é bem simples, fácil de fazer".
A ideia é que esses exercícios mantenham o cérebro estimulado, já que o envelhecimento ainda é acompanhando por uma desaceleração da rotina e da quantidade de experiências pelas quais passamos.
O objetivo é estimular "memória, cognição, coordenação motora, raciocínio lógico", explica Tânia, permitindo que o cérebro não apenas possa continuar a exercer bem essas funções, mas também preservar o grau de raciocínio ou as memórias que a pessoa já possui.
 
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